domingo, 6 de fevereiro de 2011

Mas du Magnolia

Depois de um dia incrível passando por Buox e Bonnieux, com muitos momentos contemplativos, cenários de cinema, passando por estradinhas sinuosas e bonitas, chegamos em Ménerbes. Conhecida cidade, aqui moraram diversas celebridades a começar por Picasso, em 1946, Henry Matisse, Virgínia Wolf e o já nosso conhecido Peter Mayle, quando escreveu o livro "Um ano na Provence".

Quando chegamos vimos que Menerbés estava toda em restauração, com diversas ruas fechadas, mas também avistamos na extremidade La Citadelle, um dos locais da vida de Picasso, pena que não visitável.

Paramos o carro no meio das placas de restaurações e entramos obviamente num café, único lugar aberto próximo dali.
Lá fomos atendidos por uma portuguesa que nos informou que os hotéis da cidade estavam fechados mas que conhecia um chambres d'hotes, que ficava num sítio perto dali, chamado Mas du Magnolia.


Gentilmente ela mesma ligou e estávamos com sorte, o proprietário não havia fechado seu estabelecimento e ainda nos daria um desconto por ser baixa estação.
Quase nos perdemos, aliás, chegamos num local onde havia um sítio, mas não tinha ninguém,.


Estávamos pensando em seguir viagem, talvez ir para outra cidade maior antes de escurecer, mas a Eliane havia ouvido da portugesa que Magnolia era muito bonito então não desistiu, conseguiu um informação da localização correta e felizmente chegamos praticamente no paraíso.


Pietrick e Mireille nos receberam na porta com um sorriso, simpaticíssimos, falando francês e inglês.

Eles nos mostraram a propriedade, linda, com um jardim imenso, duas casas, uma para os hóspedes e outra deles, mais uma piscina grande com um salão ao lado cheio de mesas que é usado nas refeições que eles servem nas estações mais quentes.

Os chalés eram um capítulo a parte, cada um decorado com móveis no estilo provençal, mas diferentes entre si e de muito bom gosto. As roupas de cama, 200% de algodão puro, as de banho novíssimas, tudo era muito limpo e com cheiro de lavanda. Nem precisávamos dizer que era de longe a melhor hospedagem de toda viagem, para nós, 6 estrelas.

E a experiência de "morar" numa residência local, isso sim era parte da nossa vivência slow travel, um vinho rosé da região, da melhor qualidade, com uns aperitifs, estávamos mesmo no lugar certo, na hora certa.... (soubemos que tivemos mesmo uma sorte enorme pois Magnolia tem de reservar com antecedência principalmente da primavera até o outono).



Pra finalizar um dia tão maravilhosamente especial Pietrick ainda nos recomendou e acompanhou a um restaurante "vraiment" especial, o La Bergerie em Maubec.


Lá ainda saboreamos o melhor vinho local e um coq au vin, de comer de joelhos (nesse local também há sessões de jazz em algumas noites, não nessa 3a. feira mágica, mas também o que queríamos mais?!).

Surpresas inusitadas

 
Depois de nos deliciarmos na feirinha de APT com tantas frutas gostosas, lá fomos nós novamente tendo ao volante a Eliane (segundo ela, as outras só se ofereciam para dirigir depois de instaladas dentro do carro... há controvérsias, mas isso é um capítulo à parte).

Assim, lá fomos nós sem o GPS, lembrando que levamos um do Brasil que não funcionou, e com o mapa mesmo e diversas direções que podiam nos levar a tantos lugares como também nos confundir, o que na Provence não foi nada mal.

Nessa terça- feira, pelo nosso roteirão tinhamos programado ir a Buox, Bonnieux e Ménerbes para dormir talvez numa pousadinha ou chambre d'hotes (que significa ficar num quarto de casa de família, muito comum em toda região). Cumprimos nosso roteiro sim, mas claro com várias surpresas positivas sensoriais, como tudo no Luberon. Prova disso é que acabamos conhecendo lugares diferentes, nada mal pra quem estava viajando numa experiência slow travel.

Primeiramente paramos em Buox, vila com dezenas de casas de pedra numa estradinha sinuosa e o visual dos vales do Luberon, com certeza os campos mais lindos da região. Influenciadas pelo livro de Peter Mayle, procuramos o bistrot Auberge de la Loube, do chef Maurice, que tava fechado Ficamos do lado de fora tirando fotos esperando para ver se o restaurante iria abrir, mas não apareceu ninguém. Seguimos para Bonnieux,
vilarejo no topo de uma colina, com os predinhos de pedra construídos nas encostas e alguns vestígios da muralha antiga. Foi tão inspirador que resolvemos almoçar no Hotel Restaurant Panoramique César, com uma gastronomia fantástica, sem falar da vista sensacional do vale.


Mesmo mudando os planos iniciais, fomos surpreendidas por situações novas e inusitadas que valeram muito.
Com tudo de bom, esse dia tava mais do que ganho, mas tivemos mais emoções que não vão caber só neste post. À tarde resolvemos caminhar e ao passarmos por uma escada bem alta e subimos e nos deparamos com o mirante.

De lá, uma vista de deixar o queixo caído, um verdadeiro paraíso, com uma imagem de Cristo Redentor, uma árvore gigante milenar e uma sensação nova: paz de espírito.