sexta-feira, 3 de junho de 2011

Sur le pont d'Avignon L'on y danse l'on y danse...

Depois de fazermos o delicioso piquenique em Baux de Provence, partimos em direção à Avignon...Cidade quase do tamanho de Aix, tão famosa e conhecida sempre nos vinha a cabeça acompanhada daquela música que havíamos aprendido no colégio Stella Maris, em Santos: "Sur le pont D'Avignon l'on y danse l'on y danse, sur le pont D'Avignon l'on y danse tout en rond".

Em Avignon ficamos duas noites, porque dividimos a visita a Arles num dia e no outro conhecemos com calma Avignon pra desfrutarmos a cidade e também visitarmos o palácio dos papas, uma atração dominante, que foi sede da igreja católica e residência de 7 papas por 70 anos...interessantíssimo!

Avignon cidade grande, histórica, p
ossui 13 museus com esculturas pré-históricas, egípcias, romanas, arte decorativa e provençal e arte contemporânea.


O inusitado aconteceu quando saimos do hotel um dia pra jantarmos e fomos andando pelas ruas históricas de Avignon...

No caminho, paramos pra usar um telefone público, quando ouvimos um som vindo de algum lugar, reconhecemos tambores, a música, na verdade, chegamos perto e era um galpão com roda de capoeira.

Um grupo muito simpático, familias, crianças, pessoas vindas de Avignon e Marselha, com o mestre que era brasileiro, de Minas.

Convidaram Amanda pra  jogar.... E ela resolveu voltar ao ao hotel pra se trocar e voltou pra entrar na roda, num clima bem alegre e desconstraído, onde nós todas nos divertimos muito.


Bom, essa maravilhosa slow travel foi chegando ao fim,  em resumo: visitamos 20 cidades, descobrindo uma outra forma de viajar, mais contemplativa.

Comentamos que não tinha sido suficiente, pois como disse Peter Mayle, sempre iremos nos lembrar que é possível voltar a Provence e descobrir lugares novos...

...Usando todos os sentidos e desfrutando da companhia de tantos e tantos anos de amizade.
Isso sim a essência de toda essa viagem.

domingo, 8 de maio de 2011

Em Arles aja como os romanos

Como vocês sabem, a Provence é um lugar muito belo, com uma paisagem linda, especial, que dá vontade de tirar mil fotos e de saborear os prazeres da boa mesa.


Quantas variedades de azeitonas, queijos, frutas, pães, geléias, vinhos, ervas, verduras, é um festival de cores e sabores, sem falar no aroma que paira no ar. Por isso o paladar e o olfato estão tão próximos...
Sabemos que há restaurantes com mesas estreladas Michelin, mas nessas vilas diríamos que comemos bem em todos os lugares que fomos. Em Arles não foi diferente.


Encontramos uma cantina tipicamente italiana, nem preciso dizer que o almoço foi regado com muito vinho e massa de primeiríssima, ali começamos a planejar nossa próxima viagem juntas que será para Toscana, em 2013.


Claro que já sabíamos que havia um Bistro “Café de La nuit” que soube reproduzir as cores originais dos quadros, como se estivéssemos na cena da tela.
Arles é uma cidade tipicamente romana, patrimônio mundial da UNESCO e suas ruínas foram pintadas em cerca de 200 telas por Van Gogh.


 Duas telas assinadas em 1888 são emblemáticas da sua estada atormentada reproduzindo uma cena de interior e uma atmosfera de exterior, intitulado " O café de noite" ou café de la nuit.
Até nossa alma de artista falou mais alto nesse lugar tão mágico.

Sentamos ali pra tirarmos umas fotos depois de passearmos no Fórum e antigo teatro e la no meio fizemos a representação de uma peça de teatro sem ninguém por perto pois era feriado e havia poucas pessoas...
Foi uma comédia, literalmente, nos divertimos muito.

Em Baux de Provence, um conto de fadas

 Baux de Provence (Le bô) é um vilarejo em tom bege claro, quase branco que fica bem pertinho de Saint Rémy. 

A cidade, que tem esse nome porque o mineral bauxita foi descoberto lá em 1822, lembra uma vila medieval de conto de fadas, com apenas 500 habitantes que tem uma atividade cultural intensa, rica e diversificada.
Depois de uma estrada sinuosa no meio de uma planície verde, com uma vista de impressionar, a gente se deparou com aquele maciço rochoso de paredes, muito íngremes, de 900 metros de altura.  
Baux foi cidade fantasma por 300 anos e parece um passeio pela idade média com direito a catapulta e ruínas de um grande chateau. Só na década de 70 um programa de restauração abriu  para o turismo.
Deixamos o carro estacionado do lado de fora e pagamos uma entrada para essa visita e fomos então conhecer aquele vilarejo que mais parecia saído de um conto de fadas, com um castelo lindo lá no alto, passando por ruelas que também pareciam uma fábula. Jurávamos que a Cinderela poderia ter vivido ali , pensando bem, qualquer personagem de conto de fadas.
Andando por aquelas vielas onde moravam os duques mais poderosos do sul da França, no século 11, fomos entrando no clima, pois do alto desse rochedo esses guerreiros dominavam quase uma centena de cidades e vilas ao redor até serem derrotados no século 15.
O cenário era muito encantador e em cada portinha que passamos havia lojinhas como a L’Occitanne, que vivemos a experiência, algumas delas que fomos totalmente atraídas pelo cheiro gostoso de  perfumes feitos na região ou mesmo chocolates. Mas uma delas foi especial ,pois tinha todo tipo de azeitona, azeites, patês, especiarias, bebidas diferentes, tudo isso despertando uma fome tão grande que decidimos nesse dia fazer um pic nic quando saíssemos de lá, comprando muitas dessas delícias.

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

O verdadeiro charme de Saint-Rémy

Nem é preciso dizer que a estada em Magnolia foi simplesmente maravilhosa e que recomendamos muito para quem quiser conhecer o modo de vida provençal, que não deixe de ficar num chambre d'hôte como este, em especial. Depois de um delicioso café da manhã preparado por nossos anfitriões, onde rimos muito pois pedimos chocolate quente e Mireille disse que seria mais caro por não constar do cardápio, claro que por brincadeira, pois ela fez aquele verdadeiro chocolate francês, bem cremoso, divino!!

Mas tinhamos que seguir viagem ao outro lado da Provence em direção à Saint Rémy e Baux en Provence para dormirmos em Avignon, onde já tinhamos hotel reservado por duas noites. Antes de embora, Pietrick nos deu um bouquet de lavanda, daquele tamanho que daria para fazer uns mil sachês e ele nos acompanhou pelo resto da viagem deixando nosso carro perfumado. Pé na estrada, linda, dia de sol, céu pintado de azul, chegamos em Saint-Remy de Provence, cidade charmosérrima que conseguimos conciliar no mesmo dia do mercado famoso, aliás, da melhor qualidade.
A cidade uma graça, maior que as aldeias do Lubéron, mas com uma paisagem especial e arquitetura típica. A feira era irresistível, que além de tudo tinha muita mercadoria diferente e com preço ótimo, só como exemplo, a Amanda levou por  50 euros uma bolsa linda que certamente no Brasil não sairia por menos de 800 reais, na Le Lis....
Então, já sabem, para quem quiser comprar coisas bonitas e diferentes, há uma infinidade de peças de enxoval, lenços e echarpes, enfeites para casa, sabonetes de todos os tipos, com destaque para os de lavanda (claro), fora os ingredientes para quem se aventura na gastronomia. Sem palavras para descrever todos os tipos de temperos, azeites, ervas, com um aroma delicioso. 
Mas não foi só isso, St-Remy também foi conhecida por promover os festivais nas décadas de 60 e 70, inclusive alguns de nossos artistas da bossa nova e da jovem guarda estiveram lá e fizeram muito sucesso naquela época. Fora isso vimos bistros da melhor qualidade, o já famoso Café des Arts, que é uma oportunidade de imaginar aquela época em que Jean Cocteau, Nostradamus ou Picasso viveram por lá. Saint Rémy é conhecida como “a Provence realmente autêntica”.
Além disso, é famosa pelos chocolates do chocolatier Joel Durand que há duas décadas está radicado na cidade, por isso fomos na loja dele primeiramente na hora do almoço e estava fechada, depois antes de seguirmos para Baux quando conseguimos experimentar alguns delicados bombons, herbes de Provence, chocolats de Provence, bombons com  pimenta, jasmin, curry, earl-grey, amêndoas, lavanda, violeta e até de azeitonas. O diferencial é que cada bombom é pequenino e tem um decalque de uma letra do alfabeto em cima, de A a  Z.
Ah, ele estava na loja também e diferentemente do que imaginávamos ele nem foi simpático, talvez não estivesse nos seus melhores dias, mas pelo menos vivenciamos aquilo que pesquisamos e podemos deixar aqui nosso depoimento, o bombom é gostoso e diferente, mas em Paris certamente se encontram chocolates bem melhores...
Fomos também a uma espécie de museu, o antigo hospital psiquiátrico onde Van Gogh foi internado algumas vezes durante um ano para tratamento, estadas entrecortadas de criação e de abatimento. Do seu quarto ele via as colinas inclinadas sobre os campos, nos Alpilles. E, apesar da angústia que ele sentia por causa de sua doença e da severidade do hospital, ele encontrou a inspiração para pintar verdadeiras obras primas, na paisagem outonal das oliveiras, dos campos, do sol, das colheitas, das noites estreladas e dos ciprestes. Nos jardins conservados e maravilhosos, que reconhecemos nas telas de uma maneira singular, quando produziu Campo de Trigo e Ciprestes e Desfiladeiro. Para entender Van Gogh, o livro que ele escreveu ao seu irmão - Cartas à Théo - que descreve bem o que ele viveu naqueles dois anos na Provence e o seu pensamento estético. 



domingo, 6 de fevereiro de 2011

Mas du Magnolia

Depois de um dia incrível passando por Buox e Bonnieux, com muitos momentos contemplativos, cenários de cinema, passando por estradinhas sinuosas e bonitas, chegamos em Ménerbes. Conhecida cidade, aqui moraram diversas celebridades a começar por Picasso, em 1946, Henry Matisse, Virgínia Wolf e o já nosso conhecido Peter Mayle, quando escreveu o livro "Um ano na Provence".

Quando chegamos vimos que Menerbés estava toda em restauração, com diversas ruas fechadas, mas também avistamos na extremidade La Citadelle, um dos locais da vida de Picasso, pena que não visitável.

Paramos o carro no meio das placas de restaurações e entramos obviamente num café, único lugar aberto próximo dali.
Lá fomos atendidos por uma portuguesa que nos informou que os hotéis da cidade estavam fechados mas que conhecia um chambres d'hotes, que ficava num sítio perto dali, chamado Mas du Magnolia.


Gentilmente ela mesma ligou e estávamos com sorte, o proprietário não havia fechado seu estabelecimento e ainda nos daria um desconto por ser baixa estação.
Quase nos perdemos, aliás, chegamos num local onde havia um sítio, mas não tinha ninguém,.


Estávamos pensando em seguir viagem, talvez ir para outra cidade maior antes de escurecer, mas a Eliane havia ouvido da portugesa que Magnolia era muito bonito então não desistiu, conseguiu um informação da localização correta e felizmente chegamos praticamente no paraíso.


Pietrick e Mireille nos receberam na porta com um sorriso, simpaticíssimos, falando francês e inglês.

Eles nos mostraram a propriedade, linda, com um jardim imenso, duas casas, uma para os hóspedes e outra deles, mais uma piscina grande com um salão ao lado cheio de mesas que é usado nas refeições que eles servem nas estações mais quentes.

Os chalés eram um capítulo a parte, cada um decorado com móveis no estilo provençal, mas diferentes entre si e de muito bom gosto. As roupas de cama, 200% de algodão puro, as de banho novíssimas, tudo era muito limpo e com cheiro de lavanda. Nem precisávamos dizer que era de longe a melhor hospedagem de toda viagem, para nós, 6 estrelas.

E a experiência de "morar" numa residência local, isso sim era parte da nossa vivência slow travel, um vinho rosé da região, da melhor qualidade, com uns aperitifs, estávamos mesmo no lugar certo, na hora certa.... (soubemos que tivemos mesmo uma sorte enorme pois Magnolia tem de reservar com antecedência principalmente da primavera até o outono).



Pra finalizar um dia tão maravilhosamente especial Pietrick ainda nos recomendou e acompanhou a um restaurante "vraiment" especial, o La Bergerie em Maubec.


Lá ainda saboreamos o melhor vinho local e um coq au vin, de comer de joelhos (nesse local também há sessões de jazz em algumas noites, não nessa 3a. feira mágica, mas também o que queríamos mais?!).

Surpresas inusitadas

 
Depois de nos deliciarmos na feirinha de APT com tantas frutas gostosas, lá fomos nós novamente tendo ao volante a Eliane (segundo ela, as outras só se ofereciam para dirigir depois de instaladas dentro do carro... há controvérsias, mas isso é um capítulo à parte).

Assim, lá fomos nós sem o GPS, lembrando que levamos um do Brasil que não funcionou, e com o mapa mesmo e diversas direções que podiam nos levar a tantos lugares como também nos confundir, o que na Provence não foi nada mal.

Nessa terça- feira, pelo nosso roteirão tinhamos programado ir a Buox, Bonnieux e Ménerbes para dormir talvez numa pousadinha ou chambre d'hotes (que significa ficar num quarto de casa de família, muito comum em toda região). Cumprimos nosso roteiro sim, mas claro com várias surpresas positivas sensoriais, como tudo no Luberon. Prova disso é que acabamos conhecendo lugares diferentes, nada mal pra quem estava viajando numa experiência slow travel.

Primeiramente paramos em Buox, vila com dezenas de casas de pedra numa estradinha sinuosa e o visual dos vales do Luberon, com certeza os campos mais lindos da região. Influenciadas pelo livro de Peter Mayle, procuramos o bistrot Auberge de la Loube, do chef Maurice, que tava fechado Ficamos do lado de fora tirando fotos esperando para ver se o restaurante iria abrir, mas não apareceu ninguém. Seguimos para Bonnieux,
vilarejo no topo de uma colina, com os predinhos de pedra construídos nas encostas e alguns vestígios da muralha antiga. Foi tão inspirador que resolvemos almoçar no Hotel Restaurant Panoramique César, com uma gastronomia fantástica, sem falar da vista sensacional do vale.


Mesmo mudando os planos iniciais, fomos surpreendidas por situações novas e inusitadas que valeram muito.
Com tudo de bom, esse dia tava mais do que ganho, mas tivemos mais emoções que não vão caber só neste post. À tarde resolvemos caminhar e ao passarmos por uma escada bem alta e subimos e nos deparamos com o mirante.

De lá, uma vista de deixar o queixo caído, um verdadeiro paraíso, com uma imagem de Cristo Redentor, uma árvore gigante milenar e uma sensação nova: paz de espírito. 

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Chuva provençal em APT


Chegamos em APT numa tarde de 2a. feira com um chuvinha fina e depois de alguns dias passando pelas aldeias como Lauris, Lourmarin, Gordes e Roussillon chegamos numa cidade bem simpática, onde o centro fica colorido pelo mercado de rua, nos arredores da Place da La Bouquerie, em frente ao hotel que escolhemos para pernoite - Aptois.  

No hotel Aptois ficamos num quarto quadruplo muito grande, limpo e espaçoso e com preço bem interessante!!

Na frente do hotel tinha um Café e Bar bem gostoso, onde, prá variar, cada uma pediu algo diferente (café com leite, cappucino, café puro e chocolate) até sairmos para passear pelo centrinho antigo, numa leve chuvinha outonal...

Isso foi uma delícia pois queríamos conhecer lugares novos e andamos naquelas ruelas medievais, cheias de lojinhas "conceito" numa arquitetura simples e especial.

À noite, escolhemos pizza para jantar no "Argentina" especializado em comida italiana, soborosa!

No dia seguinte, antes de viajarmos em direção a Ménerbes fomos na feirinha de Apt, que é menor e mais simples do que a de Isle, mas são 200 barracas que vendem trufas negras, aspargos, ervas aromáticas, queijos, frutas, flores, roupas, livros e cerâmicas, diretamente expostas pelos produtores locais.